terça-feira, 16 de agosto de 2011

16 DE AGOSTO DE1977



Lembro-me perfeitamente desse dia, há coisas curiosas. Tinha 11 anos, e estava de férias no Algarve, com os meus pais e o meu irmão, a acampar em Manta-Rôta. Na altura esse era um hábito em perfeito crescimento, o campismo selvagem, que de selvagem só tinha mesmo o facto de ser praticado fora dos poucos parques então existentes. Da experiência que tenho, e aquilo que os meus pais sempre me transmitiram através do exemplo, o respeito pela natureza era um ponto de honra, e deixar o local melhor do que o tínhamos encontrado, era tão natural que nem estava em causa.
Mas do que me lembro perfeitamente desse dia, para lá da beleza do pinhal em frente à praia, hoje já desaparecido e engolido pela construção, essa sim selvagem e desrespeitadora do equilíbrio que ali existia, dizia eu que me lembro perfeitamente de ouvir no rádio a pilhas que sempre nos acompanhava, e que servia para ouvir os relatos do Glorioso ou das etapas das voltas a Portugal e França, ouvi a notícia da morte de Elvis Presley. Na altura aquele nome dizia-me pouco, seria no imaginário dos meus 11 anos, um cantor velho, tipo Frank Sinatra, os meus pais sempre foram mais de ouvir fado, e o meu irmão , com 15 anos, ouvia coisas mais “modernas”. Mas na sequência da trágica notícia, começaram a transmitir as músicas do Rei, especialmente as mais antigas, e aquilo de repente fez disparar qualquer coisa, de alguma forma senti o mesmo que os jovens dos 50´s. A rendição absoluta, que aos 11 anos se transformou numa obsessão, deu-se quando, regressados a casa, assisti na RTP ao “Jailhouse Rock”, ou “Prisioneiro do Rock and Roll”, como se chamou em Portugal. Aí Elvis tornou-se claramente um ídolo para mim, atrás disso veio toda a curiosidade com a música daquela época, que transformou o meu gosto musical até hoje, meses mais tarde a audição do “Beatles at Hollywood Bowl” fez o resto, mas isso já é outra história.
Elvis morreu há 34 anos.....não, continua bem vivo em nós ! Elvis Has Never Left The Building !

2 comentários:

Aida disse...

Bonita evocação, Paulo.
Obrigado

Sammy, o paquete disse...

O lembrares-te onde estavas no dia em que o Elvis morreu, fez-me lembrar uma velha crónica do Eduardo Guerra Carneiro. Ele estava em Espinho nesse dia. Mete ciganos e caracóis.
Não sou um presleyiano, quatro ou cinco canções, mas gosto muito do EDuardo e, neste dia, achei que essa crónica tem por aqui cabimento.
É só o tempo de a passar para o computador.
Um abraço