1.
As noites brancas avançam a todo o vapor.
2.
Pelo Mundo, uma crise financeira, económica, política, social.
O economista Nouriel Roubini, em artigo publicado no “Finantial Times”, e citado pelo “Diário de Notícias”, alerta: “que os países que não perderam acesso ao mercado -- EUA, Reino Unido, Japão e Alemanha - introduzam novos estímulos fiscais de curto prazo, ao mesmo tempo que se comprometem com austeridade fiscal de médio prazo".
"O momento actual é um de problemas de solvência e não apenas de liquidez, devendo dar-se início a reestruturações de dívida de forma ordenada", diz Nouriel Roubini, acrescentando que, apesar de outra recessão poder não ser evitável, medidas políticas podem "impedir uma segunda depressão" e isto é "razão suficiente para acções rápidas e direccionadas".
3.
O primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, hoje, via “facebook”:
“ Vou agora estar uns dias com a minha mulher e as minhas filhas para recuperar algum tempo do meu papel enquanto marido e pai. Vai ser um período mais curto do que seria a nossa vontade, mas será o possível dentro das actuais circunstâncias. Procurarei aproveitar intensamente o tempo disponível: afinal é nas situações mais simples que podemos encontrar os momentos de maior felicidade.”
E não deixa de lembrar:
“Sabemos bem que o nosso ponto de partida é extremamente débil e que a instabilidade no sistema Financeiro Europeu e Americano são travões para um percurso já de si cheio de sacrifícios, tanto na intensidade como no tempo. Esta é a nossa realidade e um dos meus compromissos com os Portugueses é nunca ocultar a realidade, de forma a que todos compreendam as razões e os objectivos deste grande esforço colectivo.
Há, evidentemente, um enorme trabalho pela nossa frente ao qual todos os Portugueses são chamados.
Não me comprometo com resultados rápidos nem com sacrifícios suaves. Não seria realista. Mas não duvido que, passada esta profunda e longa tempestade, teremos um país muito mais bem preparado para compreender, competir e vencer num mundo que assiste diariamente a importantes transformações”.
Delicadamente, termina a mensagem desejando a todos os portugueses “a continuação de um bom Verão:”
3.
De férias, na Casa da Coelha, está o filho do Sr. Teodoro da bomba de gasolinia.
Não sabemos, se em algum minuto das férias algarvias, pensa no caso BPN.
Os portugueses, os do costume, pensam em todos os minutos do dia, porque sabem o quanto isso lhes está custar e ainda mais irá custar.
João Marcelino, em artigo no “Diário de Notícias” de domingo, a que colocou o título, “Um roubo ainda sem ladrões”, considera que “o BPN é o maior escândalo financeiro da história de Portugal. Nunca antes houve um roubo desta dimensão, "tapado" por uma nacionalização que já custou 2400 milhões de euros delapidados algures entre gestores de fortunas privadas em Gibraltar, empresas do Brasil, offshores de Porto Rico, um oportuno banco de Cabo Verde e a voracidade de uma parte da classe política portuguesa que se aproveitou desta vergonha criada por figuras importantes daquilo que foi o cavaquismo na sua fase executiva.
Os números dizem tudo: o Estado português queria inicialmente 180 milhões de euros e o BIC acaba por pagar 40 milhões (menos que a cláusula de rescisão de qualquer futebolista razoável) por uma estrutura financeira que nos últimos dias teve de ser capitalizada em mais 550 milhões para que alguém ousasse fazer o favor de aliviar o Ministério das Finanças deste pesadelo. Para além disso, o Governo pagará as despesas do despedimento de um pouco mais de metade dos actuais 1580 trabalhadores,
No final do artigo, João Marcelino lembra o filho do sr. Teodoro da bomba de gasolina:
.“No caso do BPN há ainda a lamentar a posição discreta do Presidente da República em todo o processo. Apanhado por estilhaços, Cavaco Silva, que sempre faz pedagogia com tudo, "esqueceu" todo este escândalo.”
4.
Ainda dinheiros, ainda banqueiros.
Nicolau Santos no “Expresso”:
“Quando o novo “charman” da Caixa Geral de Depósitos revela que uma das principais prioridades será “assegurar a coesão da equipa, está tudo dito. E está porque, como é óbvio, este conselho de administração é uma forma de pagar favores políticos e satisfazer clientelas. José de Matos é o homem de confiança do ministro das Finanças, Nogueira Leite recebe o pagamento por ter apoiado o primeiro-ministro; o CDS teve direito à sua quota (Nuno Fernades Thomaz); eFaria de Oliveira, que o governo não teve coragem de afastar, é um homem próximo do Presidente da República.”
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