Em 2003, a Adraga foi considerada, pelo diário britânico “The Times” uma das 20 melhores praias da Europa.
O meu pai teve, em Almoçageme, uma casa alugada ao ano e, em Agosto de 1968, pela primeira vez vi a Adraga.
Uma praia quase desértica, pescadores à beira-mar, nas rochas, a pescarem sargos. Quando a maré vazava os percebes ficavam à disposição para serem apanhados. Nunca comi outros tão saborosos.
O restaurante da Suzete, hoje a armar ao pingarelho-cee, era uma tasca de terra batida com umas canas a tapar o sol. A electricidade ainda não chegara lá abaixo e o frigorífico trabalhava a gás. Os sargos saíam da imensidão do oceano para o prato e também nunca comi outros tão saborosos. Os vegetais para as grandes saladas que apareciam à mesa, provinham das hortas do pai da Suzete: as alfaces, os tomates, os pepinos, os pimentos não tinham uma gota de químicos. O vinho justamente chamava-se “Adraga”, mais para o palhete do que para o tinto, e sabia a uvas.
Este postal é o mais antigo que há aqui pela casa, não tem qualquer data, mas já é posterior a 1968, porque se vê a então tasca da Suzete, com o aspecto que hoje apresenta.
E, obviamente, os automóveis não eram na quantidade que o postal mostra. Hoje é muito pior, e foi por causa da quantidade de automóveis que a carreira, ainda não era “Rodoviária”, impossibilitada de dar a volta para regressar, deixou de ir de Almoçageme à Adraga.
1 comentário:
... e o meu Amigo virou-se para ela no balcão e atirou-lhe à queima roupa: "Oh Suzete!, tenho mesmo de dizer-lhe, vocé hoje está muito bonita...! Ainda mais do que é costume..."
E nunca a imperial deve ter sido tão bem tirada como naquele dia.
Those were the days, my friend...
Um abraço!
Enviar um comentário