terça-feira, 9 de agosto de 2011

PORQUE NÃO UM REFERENDO?


Crónica de Manuel António Pina no “Jornal de Notícias” de hoje:

“Não sei q.b. de economia e afins para poder avaliar em toda a sua extensão a situação económico-financeira do país e, muito menos, para antecipar soluções (e, pelo que vou vendo, tenho a inquietante impressão de que os "especialistas" que peroram todos os dias em TVs e jornais não sabem mais que eu).

Sei, porém, algo essencial que esse gente parece ignorar: que a economia deve estar ao serviço dos cidadãos e não os cidadãos ao serviço da economia. E sei, de um saber de experiência feito, que as soluções recessivas impostas pela UE (isto é, por Alemanha e França) e FMI põem em causa direitos fundamentais de cidadania se não a sobrevivência de milhões de portugueses.

Não é preciso ser economista para perceber que uma moeda forte é um obstáculo gigantesco, e temo que intransponível, para que a recuperação económica seja possível sem custos sociais intoleráveis. Daí que cada vez mais vozes apontem como única solução a saída do euro e a reconquista da soberania monetária.

Recentemente, o ex-director-adjunto do FMI explicou-nos como se fôssemos muito estúpidos (e, se calhar, somos, ou resignados que é coisa parecida) que isso será inevitável, embora não seja do interesse da Alemanha e França e dos seus sistemas bancários.

Perguntei a um desempregado que vive do RSI e faz uns biscates lá em casa se ele e os 4 filhos estão preocupados com os sistemas bancários da Alemanha e da França. Não estão. Nem eu.”

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