domingo, 7 de agosto de 2011

O QU'É QUE VAI NO PIOLHO?


Tal como disse Jean-Luc Godard:

«O cinema é Nicholas Ray...»

Há cem anos nascia Nicholas Ray e a frase de Godard diz tudo.

Fez filmes maravilhosos mas “Johnny Guitar” é o filme que muita gente elege como o seu grande filme e, tal como disse João Bénard da Costa “as coisas muito grandes não se explicam”.

Pertence a “Johnny Guitar” um dos mais maravilhosos diálogos de filmes da História do Cinema.

Sem mais palavreado aqui fica, como homenagem aos cem anos de Ray:

“Vienna – É uma história triste.

Johnny – Sou bom ouvinte de histórias tristes.

Vienna – Há cinco anos amei um homem. Não era bom nem mau, mas amava-o. Queria casar com ele, trabalhar com ele, construir algo para o futuro.

Johnny – Deviam ter vivido felizes para sempre.

Vienna – Mas não viveram. Acabaram tudo. Ele não se via preso a uma família.

Johnny – Parece que a rapariga foi esperta em livrar-se dele.

Vienna – Lá isso foi. Aprendeu a nunca mais amar ninguém.





Johnny – Cinco anos é muito tempo. Deve ter havido bastantes homens...

Vienna – Os suficientes.

Johhny – Que aconteceria se ele homem voltasse?

Vienna – Quando um fogo se extingue só restam cinzas.

Johnny – Quantos homens já esqueceste?

Vienna – Tantos quantas as mulheres de que te lembras.

Johnny – Não te vás embora.

Vienna – Nâo me mexi.

Johnny – Diz-me uma coisa bonita.

Vienna – Que queres ouvir?

Johnny – Mente-me. Diz-me que esperaste todos estes anos.

Vienna – Esperei todos estes anos.

Johnny – Que morrerias se eu não voltasse.

Vienna – Morreria se tu não voltasses.

Johnny – Diz-me que ainda me amas como eu te amo.

Vienna – Ainda te amo como tu me amas.

Johnny – Obrigado. Muito obrigado".

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