segunda-feira, 18 de julho de 2011

À CONVERSA...


Perguntaram-lhe:

Quantos cigarros fuma por dia?

Respondeu:

Um maço e meio. Indo ao cinema de 15 em 15 dias, ou uma vez por semana, porque gosto muito de cinema, tenho com a minha companheira, que trabalha no aeroporto, um tipo de vida muito estreito do ponto de vista económico, mas com muito conforto. Comemos muito bem lá em casa, as coisas são bem escolhidas, cozinho bem, logo ninguém pode ouvir da minha boca qualquer queixume, coitadinho de mim que sou tão pobrezinho. Não me importo nada de ser pobre. Não trocava a minha posição de modo algum com o Belmiro ou o Berardo. Tenho pena deles. Se o Berardo ou o Belmiro perderem 25 tostões, ou dois euros e meio nessa noite eles não dormem. Ai eu durmo regaladamente.
Do que tenho um bocadinho de pena, e por isso, evito, é de ir a certas livrarias. Poderia ter a tentação deste ou daquele livrito, Evito e custa-me evitar. Eu que faço livros não tenho dinheiro para comprar livros. Mas tirando isso, não me custa nada viver como vivo.”

Vitor Silva Tavares em entrevista ao Público

Legenda: imagem do Diário de Notícias

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