segunda-feira, 11 de julho de 2011

JANELA DO DIA



1.

Daniel Oliveira aborda no “Arrastão” as mudanças de opinião, de Sua Excelência o Presidente da República, sobre as empresas de “rating”:

“Cavaco Silva avisava que "não compensa absolutamente nada para a economia portuguesa e para o emprego em Portugal estabelecer uma retórica de ataque aos mercados". E deixava o aviso: "ninguém conte comigo para prejudicar o país numa retórica desnecessária que é absolutamente negativa para o emprego no nosso país". E, sobre a descida do rating, há um ano, dizia: "Não vale a pena recriminar as agências de rating. O que nós devemos fazer é o nosso trabalho para depender cada vez menos das necessidades de financiamento externo. Quando nós não precisarmos de pedir dinheiro no estrangeiro não temos de nos preocupar com agências de rating".

 Mas mais extraordinário é mesmo o nosso Chefe de Estado, que esquecendo o apelo para o abandono da "retórica contra os mercados" e a constatação de que "não vale a pena recriminar as agências de rating" passou, subitamente, mas só para espanto dos ingénuos que ainda acreditam na sua seriedade política, para o outro lado da barricada. "Àqueles que sofrem de ignorância na análise, eu apenas posso recomendar um pouco mais de estudo", disse, referindo-se à Moody's. Do tom professoral dirigido a quem criticava as agências de rating passou para o tom professoral dirigido às "agências de rating norte-americanas" que, afinal, "são uma ameaça". Coerente, só mesmo a altivez do costume.”

2.

Mais de um quinto dos idosos vive em risco de pobreza.

O Inquérito às Condições de Vida e Rendimento realizado anualmente junto das famílias residentes em Portugal, revela que a taxa de risco de pobreza para a população idosa era de 21 por cento. Em 2008 era de 20,1 por cento.

3.

As regras do corte no subsídio vão ser apresentadas esta semana, na quinta ou sexta-feira, pelo ministro das Finanças, Vítor Gaspar.

O comércio, com destaque para o tradicional, deverá perder entre 500 a 600 milhões de euros com a diminuição de rendimentos das famílias na altura do Natal, provocada pelo novo imposto extraordinário anunciado pelo Governo.

São estas as estimativas da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), que teme um agravamento da crise no sector. A grande distribuição também está preocupada com o impacto da medida, que irá refrear o consumo numa altura essencial para as vendas de várias empresas.

Lembram-se de o presidente da Associação Empresarial de Portugal, José António Barros, aplaudir o imposto especial, equivalente a metade do subsídio de Natal, considerando-o "absolutamente necessário" e realçando que "o consumo na época de Natal é um verdadeiro disparate"?

4.

Questionado, hoje, numa entrevista à RTP, sobre se a Comissão Europeia já sabia da possibilidade de a situação de alguns países periféricos, como a Grécia, Portugal e Irlanda, se estender a outras nações do euro, como Itália ou Espanha, o presidente da Comissão europeia Durão Barroso respondeu: “já se sabia disso há algum tempo, não é uma surpresa total”.

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