sábado, 28 de janeiro de 2012

JANELA DO DIA


Por norma os fins-de-semana são dias parcos em notícias, os políticos os fala-barato, vão arejar e, apenas ficam as outras notícias, normalmente mortes outras tragédias, por vezes, um acontecimento feliz.
É um tempo propício para colocar à janela o que, nos últimos dias fui lendo pela concorrência.

1.

Grupos privados arrecadam mais 13% com a saúde em 2011
Os quatro maiores grupos económicos a operar na área da saúde em Portugal facturaram, em 2011, mais de 924 milhões de euros, um crescimento a dois dígitos (13%) face ao ano anterior. Para este ano, com o aumento das taxas moderadoras, e apesar da diminuição do poder de compra, os privados esperam que o negócio continue a crescer.

André Bonirre em A Natureza do Mal

2.

O presidente Cavaco Silva dá-se, como cada um de nós, com os seus amigos. Gente com um percurso de vida semelhante ao seu. É aí que faz a sua socialização. É essa a realidade que ele melhor conhece. E o que vê Aníbal à sua volta? Vê os seus vizinhos e velhos amigos da Quinta da Coelha com dachas maiores que a sua. Vê os seus ex-companheiros de partido saírem de um banco falido melhor do que entraram. Talvez com a exceção de Oliveira e Costa, outro injustiçado. Vê os seus ex-ministros espalhados por empresas privadas e públicas. Todos com salários e rendimentos que fazem dele um reles pelintra.

Será justo que as criaturas vivam melhor que o criador? É aceitável que Eduardo Catroga, Mira Amaral, Ferreira do Amaral, Dias Loureiro, Braga de Macedo e tantos outros vivam como uns nababos e ele ande aos caídos com míseros dez mil euros mensais? Cavaco Silva, que está para os políticos espertalhões como Júlio Isidro esteve para os novos talentos musicais (foi ele que descobriu quase todos), tem ficado para trás. E é agora obrigado a socorrer-se das suas poupanças.

Daniel Oliveira no Arrastão

3.

Acho uma certa piada à onda de indignação que anda por aí porque Alberto João Jardim não se demitiu. Sócrates mentiu e não se demitiu, Pedro Passos Coelho mentiu e fez exactamente o que outros fizeram antes dele, não se demitiu. Não sei qual é a admiração. Neste país ninguém se demite por faltar à sua palavra e mentir vilmente aos portugueses. Deve ser o fado. Admitamos a nossa condição de enganados ou façamos como na Islândia e metamo-los dentro. Diz que o país prospera agora.

Leonor Barros no Delito de Opinião

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