terça-feira, 31 de janeiro de 2012
OLHARES
Há quarenta anos que moro neste bairro.
Enquanto trabalhei nos trapos, utilizada quase sempre as escadinhas dos Baldaques, para me dirigir para a loja.
Lembro-me de sempre olhar para esta casa, entalada entre dois prédios, não como uma habitação, mas como uma daquelas casas de bonecas que, na infância mais ou menos atribulada, que nunca tive.
Hoje tem um novo visual pintada com aquelas cores garridas que agora se vêem muito.
Não consigo imaginar como será por dentro: se grande, pequena. Mesmo sendo a fachada sempre pequena, há casas em que as divisões alargam-se para as traseiras.
Já me deu na cabeça, onde dia bater á porta e falar a quem lá mora dessa curiosidade.
Mas reconheço que, nos tempos que correm, são coisas muito complicadas.
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