«Se o plano de "paz eterna" em 20 passos, apresentado por Donald Trump, conseguir pôr fim à tragédia humanitária que se vive na Faixa de Gaza, se possível imediatamente, temos de deixar de nos rir quando o Presidente americano insinua, muito modestamente, que "há quem diga que devia receber o Nobel da Paz". Ontem, anunciou o seu plano como "potencialmente, um dos dias maiores de sempre da civilização".
(…)
É verdade que os ucranianos têm um Governo e um Estado que os protege, ao contrário dos palestinianos de Gaza. Mas a verdade mais profunda é, talvez, a culpa que pelo menos uma certa esquerda e uma certa direita apontam à Europa rica e democrática, exploradora e colonialista, a raiva contra o Ocidente em geral, essa parte do mundo em que as pessoas vivem bem e são livres para pensarem o que quiserem e lutarem pelas causas que quiserem. Israel e os judeus fazem parte desse mundo ocidental perverso e poderoso que oprime os povos do mundo. Não são os regimes despóticos e corruptos que os exploram. Não são sequer os movimentos extremistas que os desestabilizam. É o homem branco, o culpado de todos os males do mundo. Mesmo que eles próprios sejam brancos, privilegiados, protegidos.»
Teresa de Sousa no Público de 30 de Setembro.
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