Olhou
o texto do Luís Eme, olhou a fotografia que ele entendeu colocar a ilustrar o
texto, e ao fim de algum longo tempo, olhou o pedaço da cidade que consegue ver
da janela onde mora, e decidiu-se:
«Dizem
algumas coisas com que não concordo, dizem algumas coisas que não consigo
entender, apesar de tudo sempre me dei bem com esta gente.
Ou
José Saramago, num velho dia, a responder à jornalista brasileira Marília
Gabriela, espantada pela sua fidelidade ao Partido:
«Não há outra
coisa!...»
Também uma crónica do
Manuel António Pina:
«Nunca militei no PCP. Estou talvez, por isso, à vontade para perceber a resposta de António Hespanha, ainda e sempre ao fogoso Telejornal, quando lhe perguntavam se iria, também ele, abandonar o PCP: «Sabe, ensinou o professor, eu nunca ganhei nada com o PCP, nem o PCP comigo; o nosso casamento não foi, de todo em todo, um casamento de conveniência; se fosse, seria bem fácil dissolvê-lo, mas um casamento de amor, esse não se dissolve com facilidade…»
Sem comentários:
Enviar um comentário