Extinguem-se as vozes que acompanharam a nossa juventude:
nem um murmúrio, nem um
fio de água permanecerá
de tudo qunto fomos; e
agora, vêm as hienas do passado
arreganhar os dentes
contra o que ousámos transformar!
Também morrerão as hienas.
Grandes monumentos de pedra,
de que não conheceremos
mais o sentido
permanecerão solenes,
inertes, no meio do trânsito das cidades;
tal a leitura que os vindouros
irão fazer
das nossas vidas.
Luís
Filipe Castro Mendes em Poemas Reunidos
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