Não sou fã de
Leitão Assado.
Os pés
deslocam-se rapidamente para uns tordos fritos, um cabritinho assado no forno,
mas pouco ou nada por leitão assado.
Como um ou dois
pedaços da parte das costelas e isso já é matéria suficiente para deitar abaixo
uma garrafa de espumante… ou duas…
O Leitão Assado
que se pratica na região da Bairrada já está generalizado por tudo o que é
sítio.
Aconteceu o mesmo com o pão.
Aconteceu o mesmo com o pão.
Qualquer baiúca,
apetrechada com um forno forno eléctrico, diz-nos que vende pão alentejano ou de Mafra, do que
calhar e der jeito.
Quando os jogos
de futebol eram às três da tarde, uma ida a Aveiro para ver o Benfica jogar com
o Beira-Mar, ou a Coimbra para ver a Académica, metia sempre almoçarada na
Bairrada.
Percorremos grande parte desses restaurantes, mas na memória ficou um leitão assado no Virgílio, comido às dez e meia da manhã, com o reco a sair triunfalmente do forno.
Percorremos grande parte desses restaurantes, mas na memória ficou um leitão assado no Virgílio, comido às dez e meia da manhã, com o reco a sair triunfalmente do forno.
Mas um dia o
Carlos Garrudo chegou-se ao grupo-jantarista-das-últimas-sextas-feiras-de-cada-mês,
e com aquela seriedade que o caracteriza, falou-nos, quase clandestino, da
urgência em ir comer um leitão assado a uma casa em Sangalhos recomendada pelo
seu amigo e vinicultor Luís Pato que, sempre que organiza reuniões para
lançamento dos vinhos e espumantes que produz, manda vir o leitão assado dessa
tal casa.
A casa chama-se Restaurante
Mugasa e fica no Largo da Feira na aldeia da Fogueira, junto a Sangalhos.
De facto nunca
comi leitão como o do Mugasa.
Guardei a excelência
do bicho.
Mas a opinião
minha não oferece grandes garantias porque, a abrir, declarei que não sou fã do
leitão assado. O que já não acontece com o Luís Miguel Mira, o Carlos Garrudo,
a Aida, a Cristina, a exigente Cristina, verdadeiros adeptos do Leitão assado, que ficaram extasiados.
No Mugassa
os recos não têm mais de quatro quilos e são assados em brasas de sarmentos de
vides.
A primeira ida
ao Mugasa terá ocorrido nos primeiros anos do corrente século.
Um dia, ao
folhear o suplemento Fugas do Público, 24 de Fevereiro de 2018,
deparei com um artigo assinado por Pedro Garcias titulado «O melhor leitão e os vinhos da Bairrada
que enfeitiçam.»
Ao longo do
texto, o autor identifica-se como um duriense enfeitiçado pela Bairrada e com
um toque de honestidade adianta que «Uma boa parte do que se produz na
Bairrada será sofrível. Mas o que é bom é mesmo bom.»
O melhor estava
guardado para o final do texto:
«Quer saber onde se come o melhor leitão? No Mugasa,
claro.»
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