Na sua crónica no
Diário de Notícias, Maria do Rosário Pedreira lembra o Catecismo
Nacional, na capa uma imagem de Jesus falando às crianças, e nele se podia
ler o aviso de que Deus estava em toda a parte e tudo via.
Lembro-me dessa
lenga-lenga ditada pela malta da rua que ia à catequese do Senhor Magalhães ma
Igreja da Penha de França.
Eu jogava a bola
da rua, fiquei longe dos ensinamentos.
Muito mais tarde,
quando as grandes desgraças aconteciam aos homens.
sempre me
perguntei onde estava Deus.
É nisso que
penso quando olho as imagens trágicas das cheias em Moçambique.
Uma vez mais.
E Deus?
Onde está?
Tentam dizer-me:
Deus não é silencioso. Nós é que somos surdos.
Mas continuo a
olhar as imagens das cheias de Moçambique.
As de hoje.
Poderiam ser as
de Fevereiro do ano 2000 e lembrar as palavras de Mia Couto:
Nestes 19 anos,
o que fizeram os homens por todos os Moçambiques-em-tempo-de tragédia espalhados
pelo Mundo?
Que caminhos
tomaram as solidariedades de então?
E as solidariedades
de agora, que caminhos vão percorrer?
E Deus, está mesmo
em toda a parte e tudo vê?
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