Não me quero com o tempo nem com a moda
Olho como um deus para tudo de alto
Mas zás! do motor corpo o mau ressalto
Me faz a todo o passo errar a coda.
Olho como um deus para tudo de alto
Mas zás! do motor corpo o mau ressalto
Me faz a todo o passo errar a coda.
Porque envelheço, adoeço, esqueço
Quanto a vida é gesto e amor é foda
Diferente me concebo e só do avesso
O formato mulher se me acomoda
Quanto a vida é gesto e amor é foda
Diferente me concebo e só do avesso
O formato mulher se me acomoda
E se nave vier do fundo espaço
Cedo raptar-me, assassinar-me, cedo:
Logo me leve, subirei sem medo
À cena do mais árduo e do mais escasso.
Cedo raptar-me, assassinar-me, cedo:
Logo me leve, subirei sem medo
À cena do mais árduo e do mais escasso.
Um poema deixo, ao retardador:
Meia palavra a bom entendedor.
Meia palavra a bom entendedor.
Luiza Neto Jorge
Legenda: contra
capa de uma «plaquete» publicada pela Cinemateca Portuguesa no ano em que Luiza
Neto Jorge morreu, com textos escritos pelos realizadores com quem trabalhou:
Margarida Gil, Jorge Silva Melo, Paulo Rocha, Alberto Seixas Santos e Solveig
Nordlund.
Luiza Neto Jorge
morreu a 23 de Fevereiro de 1989.
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