Carta, datada de
13 de Fevereiro de 1955, em que António Ramos Rosa volta a mencionar a Jorge de
Sena os problemas de saúde e as dificuldades económicas para sobreviver:
«Permita-me agora que lhe fale de mim e das minhas
atribulações. A minha situação continua confusa. Há no entanto uma grande
tensão no sentido duma verdadeira superação. Meu pai morreu e eu não sei se as
coisas se complicaram ou simplificaram. A situação material piorou, a saúde não
melhorou o suficiente para que eu possa trabalhar com uma certa constância,
qualquer esforço intelectual que ultrapasse um mínimo que é ridículo, pago-o
dolorosamente com uma noite sem dormir. Não julgue você que eu não procuro
seriamente vencer, sair for da doença. O meu método mais recente tem sido este:
comer um terço mais do que antes. Tem-me feito bem. Eu agarro-me sempre a uma
coisa. Claro que estou melhor (depois do tratamento das injecções) do que
estava, mas estas melhoras não justificam qualquer confiança no futuro.»
Legenda: António Ramos Rosa
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