Correspondência (1952-1978)
Jorge de Sena/António Ramos Rosa
Edição: Mécia de Sousa e Jorge Fazenda Lourenço
Colaboração: Agripina Costa Marques e Inês Espada Vieira
Guimarâes Editores, Lisboa, Outubro de 2012
Uma conversão radical se há-de dar, no meu corpo ou no
meu espírito, ou em ambos, ou então a morte purificadora. O seu bom conselho de
não me deixar devorar pela solidão e de tomar posse dela tem sido possível de
certo modo, dentro das minhas fracas possibilidades, mas o que se impunha era
uma matéria real em que essa posse não se volatizasse a todo o instante.
Infelizmente a minha saúde não tem melhorado e, desprovido de meios económicos
e qualquer assistência médica, estou simplesmente entregue a esta tensão
desesperada de superação, a esta vontade de me salvar.
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