O cangalheiro culpado suspira
O tocador de realejo solitário chora
Os saxofones de prata dizem que devia rejeitar-te
Os sinos rachados e os trompetes deslavados
Sopram no meu rosto com desdém
Mas não é assim
Não nasci para te perder
Quero-te, quero-te
Quero-te tanto
Querida, quero-te
O político ébrio dá saltos
Na rua onde as mães choram
E os salvadores ferrados no sono, eles esperam por ti
E estou à espera que ma façam parar
De beber da minha chávena partida
E me peçam que
Abra o portão para ti
Quero-te, quero-te
Quero-te tanto
Querida, quero-te
Como todos os meus antepassados, eles soçobraram
Têm vivido sem verdadeiro amor
Mas todas as filhas deles me rejeitam
Porque eu não penso assim
Bem, volto para a Rainha de Espadas
E converso com a minha criada de quarto
Ela não sabe que não receio olhar para ela
É boa para mim
E não há nada que ela não veja
Ela sabe onde eu gostaria de estar
Mas não importa
Quero-te, quero-te
Quero-te tanto
Querida, quero-te
Ora o teu filho dançarino com o seu traje chinês
Falou comigo, tirei-lhe a flauta
Não, não fui muito queridinho para ele, pois não?
Mas eu fiz isso, porém, porque mentiu
Porque te enganou
E porque o tempo estava do lado dele
E porque eu…
Quero-te, quero-te
Quero-te tanto
Querida, quero-te
Bob Dylan
Canção do álbum Blonde onBlonde (1966)
Bob Dylan em Canções Volume I (1962-1973)
Relógio D’Água, Lisboa Setembro de 2006.
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