sexta-feira, 3 de outubro de 2014

UMA MENTIRA COMO OUTRA QUALQUER


Brel morreu, e dorme agora na terra rude das ilhas Marquesas. Mas eu sei muito bem que Brel não está morto, como dizem. As suas canções continuarão vivas para além da morte, mas isso nem é o mais importante. O que o mantém vivo é outra coisa. É o facto de ser ad aeternum, a música e as palavras dos nossos amores, é o ter cantado os nossos primeiros beijos, as nossas primeiras carícias. E o ter deitado cá para fora, com a sua voz velada, os nossos primeiros gritos de desespero.

Didier Decoin em Jacques Brel, Antologia Breve, Assírio & Alvim, Lisboa Setembro de 1985

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