Sobre a mesa os dois livros. Somente um
volume do “Mar de Setembro”, mas do “Ostinato
Rigore”, três exemplares. O meu, o do Manuel, o
do Joaquim. No final do dia ainda se juntaria
volume do “Mar de Setembro”, mas do “Ostinato
Rigore”, três exemplares. O meu, o do Manuel, o
do Joaquim. No final do dia ainda se juntaria
um outro, o do José Manuel Bulhão Martins.
Comprados nessa manhã na Guimarães; os três
decidiam-se pelo novo título, eu permaneci fiel,
até hoje, ao mar de setembro. Nenhum deles tinha
Comprados nessa manhã na Guimarães; os três
decidiam-se pelo novo título, eu permaneci fiel,
até hoje, ao mar de setembro. Nenhum deles tinha
a minha relação com o mar, por isso viam no
verso de Eugénio um jovem a trabalhar a terra
vermelha do verão – o seu tronco, o vigor da argila vermelha do verão
mas o mar de setembro dava-me o melhor nadador
de agosto, o que perseguia desde maio até às marés vivas
o apelo absurdo da beleza
o espaço de tempo de um relâmpago
verso de Eugénio um jovem a trabalhar a terra
vermelha do verão – o seu tronco, o vigor da argila vermelha do verão
mas o mar de setembro dava-me o melhor nadador
de agosto, o que perseguia desde maio até às marés vivas
o apelo absurdo da beleza
o espaço de tempo de um relâmpago
«com o rosto para sempre perdido / com o sorriso e
a sua tez dourada» algum de nós disse, mas nenhum
o chegou a escrever nas folhas que se espalhavam
sobre as mesas de fórmica.
a sua tez dourada» algum de nós disse, mas nenhum
o chegou a escrever nas folhas que se espalhavam
sobre as mesas de fórmica.
João Miguel
Fernandes Jorge
Legenda: Eugénio
de Andrade
Sem comentários:
Enviar um comentário