segunda-feira, 24 de outubro de 2011

AINDA O NOBEL DA LITERATURA


À medida que, espaçadamente, vou conhecendo mais poemas de Tomas Tramstromer, o Nobel da Literatura deste ano, mais me pergunto dos motivos por que, traduzindo-se e publicando-se tanto lixo, os nossos editores passam ao lado de um poeta como este.

Quantos mais Transtromer vamos continuar a desconhecer?

Este poemas encontrei-os aqui:

Novembro

Quando o esbirro se aborrece, torna-se perigoso.
O céu constrói-se, em chamas.
Sinais de pancadas ouvem-se de cela em cela.
E do solo, coberto de neve, o espaço jorra.
Algumas pedras brilham como luas cheias.

(Tradução do alemão para português por Luís Costa)

A Neve Cai

Os funerais aproximam-se
cada vez mais densos
como placas da rua
quando nos aproximamos de alguma cidade.

O olhar de mil pessoas
na terra das longas sombras.

Uma ponte constrói-se
lentamente
sempre a direito no espaço.

(Tradução para português por Luís Costa)

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