quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

OLHAR AS CAPAS


O Mundo à Minha Procura
Vol. I
Ruben A.
Assírio &Alvim, Lisboa Novembro 1992
Se pensar bem, vejo que nada encontrei na vida que se compare ao Natal do Campo Alegre. Era um Natal nórdico, alimentado pela combustão germânica e dinamarquesa da família de meus avós, aperfeiçoado pelos requintes trazidos ao seu brilho pelas minhas tias que, através do casamento ou por feitio, capricharam mais em festejar a data do nascimento de Cristo sob a forma tradicional das antigas lendas do Reno, do que segundo os cânones da consoada portuguesa.O Natal no Campo Alegre era o máximo na nossa vida anual. Nada se lhe comparava, nada, no decorrer da vida, me vibrou tanto como aquela noite de 24 de Dezembro em que se acertavam as medidas eufóricas dos presentes, deitar tarde, bons petiscos e liberdade de acção nas salas menos povoadas da casa.Foi nos anos que vivi em Inglaterra, que percebi bem o Natal no Campo Alegre. Em Inglaterra, o Natal começa em Outubro. No Campo Alegre, e para nossos temperamento isto já é formidável, o Natal começava nos últimos dias de Novembro, quando se preparavam medidas de prendas, projectos de decorações, de encomendas para o jantar e de muitas coisas que mais adiante se relatará.

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