quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

À CONVERSA


Perguntaram-lhe:

A tragédia humana dos ídolos é o que mais resulta como filme?

Respondeu:

 No caso do Belarmino era de tudo mais a riqueza humana que ele tinha.
Se pensar no Vitor Baptista, é uma espécie de Belarmino no futebol. Eles não são a preto e branco, têm muitas "nuances". Eventualmente, ele explorou, mas foi mais explorado que explorador. E tinha tudo contra ele, o semianalfabetismo, a miséria. A favor, só a cara e um talento para o boxe fora de série. Se olharmos para o Eusébio, ele ficou aquém do que devia.
É acusado de muitas coisas, mas nós devemos-lhe muito mais do que ele nos deve a nós. Devemos-lhe quase tudo e pagámos-lhe pouco.

Fernando Lopes, entrevista de Luís Eme no Record, Março 1992

Sem comentários: