terça-feira, 15 de abril de 2025

OLHAR AS CAPAS


José Mário Branco

Entrevistas para a Imprensa (1970-2019)

Organização: Ricardo Andrade, Hugo Castro, António Branco

Capa: V. Tavares

Tinta-da-China, Lisboa, Março de 2025
 
O que procuro é sobretudo uma certa atmosfera na canção. Poemas de protesto musicados há muitos e há muitas formas de os abordar. Para mim, trata-se de fazer uma canção em que a associação música-poema saia de uma recriação pessoal, quer dizer, em que o poema seja digerido e refeito através de uma música e que crie sobretudo uma determinada atmosfera, um determinado ambiente, como no caso da Queixa das almas jovens censuradas, da Natália Correia, ou de Perfilados de medo, do O’Neill, que são poemas que me sugeriram canções mais por uma certa inquietação daquilo que diziam. Não digo que o que lá se diz não é importante, mas a maneira como eles transmitem esse conteúdo sugere-me um ambiente que a música vem naturalmente criar.

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