Entrevistas para a Imprensa (1970-2019)
Organização:
Ricardo Andrade, Hugo Castro, António Branco
Capa: V. Tavares
Tinta-da-China,
Lisboa, Março de 2025
O que procuro é sobretudo uma certa atmosfera na canção. Poemas de
protesto musicados há muitos e há muitas formas de os abordar. Para mim,
trata-se de fazer uma canção em que a associação música-poema saia de uma
recriação pessoal, quer dizer, em que o poema seja digerido e refeito através
de uma música e que crie sobretudo uma determinada atmosfera, um determinado
ambiente, como no caso da Queixa das almas jovens censuradas, da Natália Correia,
ou de Perfilados de medo, do O’Neill, que são poemas que me sugeriram canções
mais por uma certa inquietação daquilo que diziam. Não digo que o que lá se diz
não é importante, mas a maneira como eles transmitem esse conteúdo sugere-me um
ambiente que a música vem naturalmente criar.
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