quinta-feira, 18 de março de 2010

O TEMPO DAS CEREJAS


Hoje é o dia da Comuna de Paris.

Hoje é o tempo das cerejas.

O Google diz-nos que A Comuna de Paris é a Primeira experiência de ditadura do proletariado na história, governo revolucionário da classe operária criada pela revolução proletária em Paris. Durou 72 dias: de 18 de Março a 28 de Maio de 1871.A Comuna de Paris foi resultado da luta da classe operária francesa e internacional contra a dominação política da burguesia. A causa directa do surgimento da Comuna de Paris consistiu no agravamento das contradições de classe entre o proletariado e a burguesia decorrente da dura derrota sofrida pela França na guerra contra a Prússia (1870-1871). O empenho do governo reaccionário de Thiers de fazer recair o fardo dos gastos da guerra perdida sobre os amplos sectores da população originou um poderoso movimento das forças democráticas.

O Tempo da Cerejas" é uma canção, também, o blogue de Vítor Dias, (http://www.tempodascerejas.blogspot.com/) e nele pode ler-se:

"Esta canção de Jean Baptist Clément (letra) e Antoine Renard (música) foi escrita em 1866 sendo portanto anterior à Comuna de Paris (que durou de 26 de Março a 28 de Maio de 1871) e não é um canto revolucionário, mas uma cançoneta de amor. Algumas informações apontam porém para que a última estrofe, posteriormente dedicada, segundo o testemunho de Louise Michel, a uma enfermeira morta em defesa da Comuna, foi escrita sob a influência da «semana sangrenta» em que dezenas de milhar de combatentes da Comuna foram cruelmente massacrados. Foi pois neste contexto histórico que esta canção se tornou um símbolo das imensas esperanças que a Comuna de Paris tinha gerado".

Transcrevo o poema de “O Tempo das Cerejas”. A tradução é de Rui Almeida:





“Quando cantarmos no tempo das cerejas,

E o feliz rouxinol mais o melro gozão
Andarem em festa.
As formosas terão tolice na testa
E os namorados sol no coração...
Quando cantarmos no tempo das cerejas,
Assobiará melhor o melro gozão
Mas passa depressa, o tempo das cerejas,
Quando os namorados colhem, a sonhar,
Brincos de princesa!
Cerejas de amor de igual beleza,
Caem sobre as folhas, qual sangue a pingar.
Mas passa depressa, o tempo das cerejas,
Brincos de coral colhidos a sonhar!
Quando vos chegar o tempo das cerejas,
Se tiverdes medo das coitas d'amor,
Evitai formosas.
Mas eu que não temo penas dolorosas,
Não hei de perder um só dia de dor...
Quando vos chegar o tempo das cerejas,
Haveis de ter também vossas coitas d'amor.
Sempre adorarei o tempo das cerejas:
Guardo desse tempo no meu coração
Uma chaga aberta.
E mesmo a Fortuna, posta como oferta,
Jamais poderá tirar-me esta aflição...
Sempre adorarei o tempo das cerejas
E esta memória no meu coração.”

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