sexta-feira, 12 de março de 2010
COISAS EXTINTAS OU EM VIAS DE...
Doce como o amor, puro como um anjo, negro como o demónio e quente como o inferno. Quem da matéria entende, diz que é assim que deve ser um bom café.
Para mim a sentação do café não nasce do sabor mas do cheiro, sensação que se entranha. O beber não acompanha o gosto que vem do cheiro.
Frank Capra, por outros motivos, dizia que o segredo está no desejo e não na satisfação, na perseguição e não na captura.
O cheiro do café pela manhã, o cheiro das casas de cafés que existiam um pouco por todos os bairros de Lisboa, quando os supermercados ainda não tinham invadido a cidade, e o café, depois de escolhidos os lotes, era moído à vista do cliente e acondicionado em cartuchinhos de papel. O cheiro acompanhava os passos até casa.
Tenho a memória das casas de cafés que havia no bairro da Graça, já não há nenhuma. Uma que existia na Morais Soares, hoje é um snack ou lá o que é, onde a Aida, para além do café, comprava umas bolachinas rechedadas às quais o Mário fazia uns enormes olhos.
Na Rua da Misericórdia, quse a dobrar para o Largo de Camões, ainda lá está "A Carioca", uma das mais antigas de Lisboa. Em frente ao antigo cinema Lys mantém-se por lá está o “Moinho do Lys”.
Existirão outras, e seria uma rota interessante a fazer pela cidade, mas as gâmbias já se vão recusando a grandes percursos.
A fotografia no topo é um antigo moinho de café. Está num canto do supermercado do Ferreira, faz parte do museu da casa. Há muito que o andava a namorar para o colocar, aqui, como objecto em vias de extinção. Foi hoje.
Reparo, agora, que poderia ter pedido, à simpática empregada, autorização para afastar a vasoura e o pacote de comida dos gatos, para apenas se poder ver o moínho.
Mas fica assim. Fazer cenário, por vezes, estraga as fotografias, torna-as artificiais. Digo eu, que de fotografia, como tantas outrsa coisas, não percebo nada.
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2 comentários:
Pois é,fiquei com água na boca das bolachas da Moarais Soares.
E também com vontade de ir ao Moinho de Liz que fica a 1oom do meu trabalho. Hoje quando for buscar a Maria à escola vou passar por lá.
Estupidamente continuo a sair como anónima.
O meu é Sara e tenho que resolver o problema
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