Há aquele poema do Alexandre O’Neill que diz que o medo vai ter tudo e é isso que o medo quer.
O medo do medo.
O medo do medo.
A luta contra Salazar e Caetano está cheia de histórias, umas pequenas, outras grandes.
António Alçada Baptista esbanjou a herança que lhe deixaram na criação da “Moraes Editora” e da revista “O Tempo e o Modo”.
Um dia contou esta pequena história:
“A situação do medo era tal que as pessoas nem o disfarçavam, achavam-no natural. Lembro-me que uma vez, alguém me encontrou na rua, deu-me os parabéns pela existência de “O Tempo e o Modo” e disse-me: “Sabe, eu não sou assinante, eu compro sempre nas livrarias porque tenho medo que um dia vá lá a PIDE buscar o ficheiro dos assinantes.”
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