É oficial: Aníbal Cavaco Silva é, desde as 16:40 de ontem, o 20º Presidente da Republica.
Um pesadelo que durará cinco anos.
Homens como Cavaco Silva irritam-me, e tudo o que eu possa escrever acerca da criatura, será escrito sob o signo dessa irritação.
Não gosto do homem, nem do estilo.
Ontem, não foi inocente a colocação aqui de estilhaços de discursos do “imolado contra-almirante”, como Nuno Bragança chamava a Américo Tomás.
Perspectivavam o discurso melancólico, vazio, redondo de nada dizer, insensível, próprio de um homem do regime, que Cavaco iria pronunciar.
Houve quem aplaudisse.
Até o Alberto João gostou do discurso do Sr. Silva.
Até o Alberto João gostou do discurso do Sr. Silva.
"Só um diagnóstico correcto e um discurso de verdade sobre a natureza e a dimensão dos problemas económicos e sociais que Portugal enfrenta permitirão uma resposta adequada", disse o homem que, há mais de uma década, iniciou, como ministro das Finanças, depois como primeiro-ministro, o regabofe a que chegámos.
Ameaçou que irá ter uma "magistratura activa" e disse aos portugueses:
"É necessário um sobressalto cívico que faça despertar os portugueses para a necessidade de uma sociedade civil forte, dinâmica e, sobretudo, mais autónoma perante os poderes públicos".
Mas o que é um “sobressalto cívico”?
Vende-se nos supermercados?
Este homem não é sério.
Esteve cinco anos em Belém, entretido em passeatas, conspirações e inaugurações, e diz que “agora é que vai ser”!
Daqui por uns dias, alguém terá que dizer ao Sr. Silva que foi eleito para Presidente da República e não para Chefe do Governo.
O oficioso, atento e venerando “Diário de Notícias” de hoje, finalizava assim o seu editorial:
“Este discurso prova mais uma vez que, boas intenções à parte, nunca se elege um presidente de todos os portugueses. Elege-se, isso sim, um homem com as suas ideias e as suas convicções.”
Estamos conversados!
Sem comentários:
Enviar um comentário