segunda-feira, 28 de março de 2011

TEMPO PARA AMAR, TEMPO PARA MORRER


Com este título Pedro Correia assina hoje, no “Delito Comum”, um texto comovente, um texto muito bonito.

Pode ser que a morte seja mais tranquila do que os nossos fantasmas murmuram. Mas sabemos que se pode morrer, mesmo quando não há razões aparentemente suficientes para isso.

O meu pai gostava de citar o Woody Allen, que não tinha medo da morte mas preferia não estar presente quando ela chegasse ao mesmo tempo que lembrava o Maiakovski a exigir a um qualquer químico do Futuro: “A primeira coisa que farás é ressuscitar-me, a mim que tanto amava a vida”

Acabou por se distrair e a morte, vestida não se sabe com que cor, surpreendeu-o.

A outra certeza é que não há químicos do Futuro, mas continuo a ouvir os clássicos, que volta e meia por aqui passam, com o meu pai.

E num click regresso àquele banco à porta da casa de Almoçageme,

Pouco falávamos, ouvíamos música num velho leitor de cassettes. O meu pai bebia o seu Whisky, eu, gin-tónico.

O cheiro das uvas morangueiras da parreira do quintal.

O silêncio.

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