Há Uma Estética Neo-Realista?
Mário Sacramento
Capa; Fernando
Felgueiras
Cadernos de
Literatura nº 1
Publicações Dom
Quixote, Lisboa, Maio de 1968
Está dito e redito que onde a arte se remete à
expressão dum impasse, pingueponga em espelhos paralelos o ar rarefeito duma
agonia. Em contrapartida, onde o realismo parte do conhecimento objectivo para
a expressão directa do factual, é linguagem híbrida. O neo-realismo português
tem kmuito disso, expressão circunstancial que é. Ao procurar-lhe, nas páginas
que vão ler-se, uma matriz estética, abstraí desse caduco e procurei delimitar
o que nele reascende do impacte científico à especificidade literária.
Processo em marcha ainda, deixo o seu encadeamento
para o estudo histórico que um dia terá de fazer-se. Concebido como depoimento
pessoal para um livro de colaboração colectiva que não chegou a sair, o
presente ensaio é o que é e nada mais. Aos que fiquem decepcionados só há que
dizer: tirem dos seus tinteiros o que aqui não coube.
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