Colho as nêsperas de Outono e dou-vos as nêsperas de
Outono
mulheres admiráveis da cidade.
As avenidas são primaveris
e vós sabeis que a vida é apenas isto,
este tempo de viver entre as flores,
os pássaros, as horas e as palavras dos companheiros,
lábios amorosos
descendo amaciantes sobre a pele dos vossos corpos
frescos.
Colho por isso as nêsperas de Outono açucaradas
entre guindastes, trânsito e cimento
e as disponho em vossas férteis mãos
de gestos admiráveis sobre os homens.
Eduardo Valente
da Fonseca em 71 Poemas
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