No tempo da morte
de Peter Fonda, uma lembrança, escrita por um tal de Gin-Tonic, e encontrada no
blogue Ié-Ié:
EMI
RECORDS - SSL 5018
Lado 1
The Pusher (Stepenwolf) – Born To Be Wild (Steppenwolf) – The Weight (Smith) – Wasn’t Born To Follow (The Byrds) – If You Want To Be a Bird (The Holy Modal Rounders)
Lado 2
Don’t Bogart Me (The Fraternity Of Man) – If Six Was Nine (The Jimi Hendrix Experience) – Kyrie Eleison Mardi Gras (The Electric Prunes) – It’s Alright Ma (Roger McGuinn) – Ballad Of Easy Rider (Byrds)
Há cenas de filmes que nos perseguem pela vida. Como por exemplo aquela de um ainda desconhecido Jack Nicholson a sair da prisão em “Easy Rider". Era um cliente habitual da casa pelas suas costumadas bebedeiras.
Wyatt e Billy são presos por desfilarem de mota, sem terem licença para tal, no meio de uma parada do Carnaval de New Orleans. Batem com os costados na mesma cela onde está o Dr. Hausen.
Hausen é um advogado, filho de boas famílias e a quem, pela manhã, os policias levam uma aspirina para aliviar a ressaca.
Billy - Achas que consegues tirar-nos daqui sem problemas?
Hausen: Se não mataram ninguém, não há problema. Desde que não tenha sido um branco.
Por 25 dólares são postos em liberdade. Já na rua, Hausen saca do bolso do casaquinho branco uma garrafa de whisky.
Isto é para começar o dia, amigos.
Ergue a garrafa aos céus e grita: Ao velho D.H. Lawrence.
Bebido o gole de whisky faz um esgar trágico de sentir o mundo a desabar em cima dele e bate com o braço no corpo gritando “nique, nique, nique” fornecendo o informe que se trata de um grito índio.
Tem um cartão no bolso da “Casa das Luzes Azuis” de Madame Tinkertoy, “o bordel mais chique de toda a região do sul”.
Seria bom irem até lá. Partem os três estrada fora, nas suas lindíssimas motas, enquanto, em fundo, se ouve os Holy Modal Rounders a cantar “If You Want To Be a Bird” e as paisagens da América profunda vão desfilando, as estradas de que Luís Mira fala nas suas “Crónicas da América”.
“Easy Rider” é um filme realizado, em 1969, por Dennis Hopper que, juntamente com Peter Fonda o interpreta. É o filme de uma geração.
Eles não têm medo de ti, têm medo do que tu representas – a liberdade!
Lado 1
The Pusher (Stepenwolf) – Born To Be Wild (Steppenwolf) – The Weight (Smith) – Wasn’t Born To Follow (The Byrds) – If You Want To Be a Bird (The Holy Modal Rounders)
Lado 2
Don’t Bogart Me (The Fraternity Of Man) – If Six Was Nine (The Jimi Hendrix Experience) – Kyrie Eleison Mardi Gras (The Electric Prunes) – It’s Alright Ma (Roger McGuinn) – Ballad Of Easy Rider (Byrds)
Há cenas de filmes que nos perseguem pela vida. Como por exemplo aquela de um ainda desconhecido Jack Nicholson a sair da prisão em “Easy Rider". Era um cliente habitual da casa pelas suas costumadas bebedeiras.
Wyatt e Billy são presos por desfilarem de mota, sem terem licença para tal, no meio de uma parada do Carnaval de New Orleans. Batem com os costados na mesma cela onde está o Dr. Hausen.
Hausen é um advogado, filho de boas famílias e a quem, pela manhã, os policias levam uma aspirina para aliviar a ressaca.
Billy - Achas que consegues tirar-nos daqui sem problemas?
Hausen: Se não mataram ninguém, não há problema. Desde que não tenha sido um branco.
Por 25 dólares são postos em liberdade. Já na rua, Hausen saca do bolso do casaquinho branco uma garrafa de whisky.
Isto é para começar o dia, amigos.
Ergue a garrafa aos céus e grita: Ao velho D.H. Lawrence.
Bebido o gole de whisky faz um esgar trágico de sentir o mundo a desabar em cima dele e bate com o braço no corpo gritando “nique, nique, nique” fornecendo o informe que se trata de um grito índio.
Tem um cartão no bolso da “Casa das Luzes Azuis” de Madame Tinkertoy, “o bordel mais chique de toda a região do sul”.
Seria bom irem até lá. Partem os três estrada fora, nas suas lindíssimas motas, enquanto, em fundo, se ouve os Holy Modal Rounders a cantar “If You Want To Be a Bird” e as paisagens da América profunda vão desfilando, as estradas de que Luís Mira fala nas suas “Crónicas da América”.
“Easy Rider” é um filme realizado, em 1969, por Dennis Hopper que, juntamente com Peter Fonda o interpreta. É o filme de uma geração.
Eles não têm medo de ti, têm medo do que tu representas – a liberdade!
Dennis Hopper morreu sábado vítima de cancro. Tinha 72 anos. Um tipo com mau feitio, dizem, mas um artista de gabarito: escritor, pintor, fotógrafo e coleccionador de Arte.
Há uns tempos dele aqui falámos a propósito de “Blue Velvet”, do David Lynch. Uma das suas últimas aparições em público deu-se em Março deste ano, para receber uma estrela com o seu nome no passeio da fama de Hollywood, a número 2.403.
Confessou: diz-me muito, acreditem!
Por ele, fica aqui a capa da banda sonora de “Easy Rider” e também o disco dos Byrds, “Ballad of Easy Rider".
Chega um tempo em que os degraus são só de descida. Também não sabe por que carga de água, pelo meio da prosa, se foi lembrar do Guy Debord.
É quase um rapaz da mesma geração, quando nasceu tinha o Guy 14 anos. O seu livro “A Sociedade do Espectáculo” foi assim como que uma bíblia para os que, em Maio de 68, andaram pelas ruas de Paris para que os tempos mudassem.
Algures deixou escrito algo que Dennis Hopper teria gostado de ouvir: embora tenha lido muito, bebi mais. Escrevi muito menos do que a maior parte das pessoas que escrevem; mas bebi muito mais do que a maioria das pessoas que bebem.
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