Verão, Agosto,
feriado católico dito da Assunção da Virgem Maria ao céu.
Como seriam as
tardes de Verão de José Saramago na sua casa da Parede onde começou a viver a
partir de 1955?
Em 1956 fez-se
sócio do Clube Nacional de Ginástica com o número 488, dedicando-se a praticar
ténis.
Casado com a
pintora Ilda Reis têm uma filha, Violante, que, narra a Joaquim Vieira ter «a memória de que a casa onde vivia era
diferente da das outras crianças, pela quantidade de livros que o pai para lá
levava e de quadros que a mãe pintava.»
Anos de
desassossego, incerteza profissional.
Complicações
familiares e profissionais que o colocaram à beira de um colapso nervoso que o
deixou «positivamente arrasado», como diz em carta, datada de 24 de Fevereiro
de 1963, para Jorge de Sena.
Um romance com fraquíssima
aceitação por parte dos leitores e da crítica, um segundo romance perdido no armazém de
uma editora, outros romances iniciados e nunca terminados.
«Serei eu um dia
um escritor?»
Agustina
Bessa-Luís, numa entrevista, dirá que José Saramago não é um grande escritor,
apenas o produto de diversas circunstâncias.
Saramago
replicará: «Mesmo que eu demoradamente explicasse, Bessa-Luís não
compreenderia que nunca pretendi ser um grande escritor, mas um escritor
simplesmente.»
A Rua Trindade
Coelho, na Parede, é uma rua sossegada. Ainda seria mais na época em que Saramago
por ali viveu.
A rua fica próxima da
estação do comboio.
Saramago nunca teve carro.
Muito perto vivia Fernando Lopes Graça e sempre tiveram um pelo outro uma grande amizade não só pela sua militância no Partido Comunista mas também pela via intelectual.
Saramago nunca teve carro.
Muito perto vivia Fernando Lopes Graça e sempre tiveram um pelo outro uma grande amizade não só pela sua militância no Partido Comunista mas também pela via intelectual.
Joaquim Vieira
diz que a casa era um rés-do chão no nº 2 da Rua Trindade Coelho mas esse
número, hoje, não existe. A rua começa no nº 12.
Após o casamento
de Violante em 1970, Saramago divorcia-se de Ilda Reis, e após 15 anos, abandona
a casa da Parede e vem viver para Lisboa.
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