sábado, 1 de abril de 2023

MÚSICA PELA MANHÃ


Aos sábados é hábito colocarem-se por aqui músicas e canções.

Na semana em que José Duarte nos deixou, e pegando no seu livro «Jazzé e Outras Músicas», temos por lá músicos e cantores que o Zé viu em espectáculos e alguns entrevistou.

De tanta gente que por lá se fala, acabei por ficar na página 100, em que aparece Tony Bennett quando pela primeira vez esteve em Lisboa.

Reportando para o DL, José Duarte tinha para Tony uma pergunta pertinente que metia Nossa Senhora de Fátima.

Assim:

«Como, depois de Boulevard of Broken Dreams, sua primeira gravação, e de Because of You, seu primeiro milhão vendido, e no meio da lista de sucessos dos anos 50 até I Left My Heart in S. Francisco em 62, que foi pico da carreira, aparece o tema Our Lady Of Fatima?!!...

Nesse tempo, disse ele, quem escolhia as cantigas para gravar não era ele, eram os outros. Preço para uma carreira que começava. Hoje é diferente, claro. E Fátima seria que Bennett sabia o que é? Não. Expliquei-lhe, devoto. A CBS, multinacional atenta, deu-me um toque no cotovelo e corrigiu-me. O milagre não é dos anos 40, é de 1917! Repórter envergonhado, ainda tentei convencer a estrela a cantar Fátima no Casino, alegando o grande sentimento religioso de nós, os latinos…

Que não, que já não se lembra do poema, nem da melodia, nem sequer quem são os autores. Mas que lá cantar, cantou e que foi um êxito, foi. Bennett cantou Fátima, pronto, pont.

É verdade.»

Sim, realmente, Tony Bennett gravou «Our Lady  of Fatima» em 1950.

Uma página da Rádio Renascença na net. conta-nos:

 “Our Lady of Fatima”, uma canção composta pela irlandesa Gladys Gollahon, uma pianista amadora que vivia em Cincinnati, Estados Unidos, tornou-se rapidamente um êxito naquela cidade. Quando a WSAI, uma rádio local, passou a canção pela primeira vez, o telefone não parou de tocar, com ouvintes a pedir que a repetissem uma e outra vez.

A música foi comprada, em 1950, pela editora Robbins e gravada, nos meses seguintes, na voz de vários artistas famosos na época, como Red Foley, Kitty Kallen e Ricard Hayes, Andy Williams e Bill Kenny.

Na sua autobiografia “The Good Life: The Autobiography Of Tony Bennett”, Tony Bennett recorda que quando entrou em estúdio, em Julho de 1950, os seus produtores aconselharam-no a fazer uma versão desta canção, já que era um “êxito provado”.

O cantor descreve a música como “melodramática”, mas diz ter sido uma gravação importante na sua carreira, já que foi a primeira vez que trabalhou com o orquestrador Percy Faith.

Nesse ano, canção atingiu o sexto lugar na “hit parade”, um "ranking" de músicas da revista Billboard - um feito pouco comum para uma música religiosa.

A mesma página da Rádio Renascença, também informa que Elvis Presley gravou uma canção sobre Fátima:

«No dia 15 de Maio de 1971, o rei do rock gravou uma canção sobre o milagre de Fátima. A música seria divulgada no ano seguinte, a 20 de Fevereiro, no álbum "Elvis Now!".

Permanece um mistério a razão pela qual Elvis Presley, criado na Igreja Evangélica Assembleia de Deus, quis gravar uma canção dedicada ao rosário, uma oração tipicamente católica.

Chama-se "The Miracle of the Rosary" e foi escrita pelo homem que ensinou Elvis a tocar guitarra aos 13 anos: Lee Denson, um amigo da família Presley, casado com uma católica devota de Nossa Senhora de Fátima.

A canção foi escrita em 1960, quando Denson se aproximou também do catolicismo. Algum tempo depois, o Papa Paulo VI chegou mesmo a abençoar a canção.»




Deixando Fátima de lado, a função fecha-se com duas canções dos primeiros tempos de Tony Bennett: Because of You e Boulevard of Broken Dreams.


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