Aos sábados é hábito colocarem-se por aqui músicas e canções.
Na semana em que José Duarte nos deixou,
e pegando no seu livro «Jazzé e Outras
Músicas», temos por lá músicos e cantores que o Zé viu em espectáculos e alguns
entrevistou.
De tanta gente que por lá se fala, acabei
por ficar na página 100, em que aparece Tony Bennett quando pela primeira vez
esteve em Lisboa.
Reportando para o DL, José Duarte
tinha para Tony uma pergunta pertinente que metia Nossa Senhora de Fátima.
Assim:
«Como,
depois de Boulevard of Broken Dreams,
sua primeira gravação, e de Because of You, seu primeiro milhão vendido, e no meio da lista de sucessos dos anos
50 até I Left My Heart in S. Francisco em
62, que foi pico da carreira, aparece o tema Our Lady Of Fatima?!!...
Nesse
tempo, disse ele, quem escolhia as cantigas para gravar não era ele, eram os
outros. Preço para uma carreira que começava. Hoje é diferente, claro. E Fátima
seria que Bennett sabia o que é? Não. Expliquei-lhe, devoto. A CBS,
multinacional atenta, deu-me um toque no cotovelo e corrigiu-me. O milagre não
é dos anos 40, é de 1917! Repórter envergonhado, ainda tentei convencer a
estrela a cantar Fátima no Casino, alegando o grande sentimento religioso de
nós, os latinos…
Que
não, que já não se lembra do poema, nem da melodia, nem sequer quem são os
autores. Mas que lá cantar, cantou e que foi um êxito, foi. Bennett cantou
Fátima, pronto, pont.
É
verdade.»
Sim, realmente, Tony Bennett gravou «Our Lady of Fatima» em 1950.
Uma página da Rádio Renascença na net.
conta-nos:
“Our Lady of Fatima”, uma canção composta pela
irlandesa Gladys Gollahon, uma pianista amadora que vivia em Cincinnati,
Estados Unidos, tornou-se rapidamente um êxito naquela cidade. Quando a WSAI,
uma rádio local, passou a canção pela primeira vez, o telefone não parou de
tocar, com ouvintes a pedir que a repetissem uma e outra vez.
A
música foi comprada, em 1950, pela editora Robbins e gravada, nos meses
seguintes, na voz de vários artistas famosos na época, como Red Foley, Kitty
Kallen e Ricard Hayes, Andy Williams e Bill Kenny.
Na
sua autobiografia “The Good Life: The Autobiography Of Tony Bennett”, Tony
Bennett recorda que quando entrou em estúdio, em Julho de 1950, os seus
produtores aconselharam-no a fazer uma versão desta canção, já que era um
“êxito provado”.
O
cantor descreve a música como “melodramática”, mas diz ter sido uma gravação
importante na sua carreira, já que foi a primeira vez que trabalhou com o
orquestrador Percy Faith.
Nesse
ano, canção atingiu o sexto lugar na “hit parade”, um "ranking" de
músicas da revista Billboard - um feito pouco comum para uma música religiosa.
A mesma página da Rádio Renascença,
também informa que Elvis Presley gravou uma canção sobre Fátima:
«No
dia 15 de Maio de 1971, o rei do rock gravou uma canção sobre o milagre de
Fátima. A música seria divulgada no ano seguinte, a 20 de Fevereiro, no álbum
"Elvis Now!".
Permanece
um mistério a razão pela qual Elvis Presley, criado na Igreja Evangélica
Assembleia de Deus, quis gravar uma canção dedicada ao rosário, uma oração
tipicamente católica.
Chama-se
"The Miracle of the Rosary" e foi escrita pelo homem que ensinou
Elvis a tocar guitarra aos 13 anos: Lee Denson, um amigo da família Presley,
casado com uma católica devota de Nossa Senhora de Fátima.
A
canção foi escrita em 1960, quando Denson se aproximou também do catolicismo.
Algum tempo depois, o Papa Paulo VI chegou mesmo a abençoar a canção.»
Deixando Fátima de lado, a função
fecha-se com duas canções dos primeiros tempos de Tony Bennett: Because of You e Boulevard of Broken Dreams.
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