Fernando Assis Pacheco, num velho artigo em O Jornal tem uma crónica-reportagem a que chamou. «Um porta-aviões chamado Opinião».
E
adiantava:
«Quem chamou porta-aviões à Opinião foi o
Hipólito Clemente, 33 anos, livreiro, poeta de livro publicado, pintor que do
gosto em ler entende que ser vendedor de livros é tão ou mais bonito.»
Oitenta
personagens onde pontificavam escritores, jornalistas, pintores, advogados,
etc., animados de tudo e mais alguma coisa, excepto cifrões, inventaram a
«Opinião» -livraria, discoteca, bar, ponto de reunião.
No Jornalde Crítica de 22 de Outubro de 1971, sai
o primeiro aviso de que brevemente iríamos ter Opinião.
E a Opinião que conseguira lutar contra a censura pidesca encontrou situações insustentáveis após o 25 de Abril. O capital era reduzido, as dívidas foram-se acumulando, os livros tornaram-se objectos de luxo. Houve meses em que o dinheiro não chegava sequer para os salários e eram necessários dois mil contos que não foram possíveis arranjar e a Banca só emprestava dinheiro a quem o tem ou possa oferecer uma garantia, e Não havia.
Num dos seus bookcionários, Fernando Assis Pacheco resumia a situação:
Corria o ano de 1980 quando deixámos de ter a Opinião.
Mais tarde, no mesmo local, imagem no topo do texto, instalou-se a Editorial Cotovia.
Em Novembro de 2020 a Cotovia fechou portas.
Hoje, não sei o que está no espaço que foi da Opinião e da Cotovia.
Terei, um destes dias, de dar corda aos sapatos e depois dar notícias.
Sem comentários:
Enviar um comentário