domingo, 23 de abril de 2023

OUTROS QUOTIDIANOS


 Aquando da morte de Joaquim Pessoa, em buscas na net, encontrei no blogue «Ié-Ié» esta curiosa história que, aparentemente, deverá marcar o aparecimento público de Joaquim Pessoa:

«O Trio Araripa, de que falou no post do Paulo de Carvalho, fez-lhe recordar uma velha história.

No século passado, fez parte de uma lista candidata à Direcção do Sindicato dos Trabalhadores de Terra da Marinha Mercante, Aeronavegação e Pesca.

Escolhido para Presidente da Mesa da Assembleia Geral encontrava-se Luiz Villas-Boas que entendeu que se deveria encerrar a campanha eleitoral com um convívio musical.

Ele trataria de tudo.

Numa tarde de domingo conseguiu juntar na “Guilherme Cossoul”, José Carlos Ary dos Santos, Carlos Paredes, Fernando Tordo e o Trio Araripa.

Segundo Villas-Boas, o Trio Araripa fazia ali a sua estreia e era constituído por José Eduardo, Emílio e João. Navegavam, principalmente, na área jazzistica.

Ary dos Santos, pela primeira vez, recitaria, “Bandeira Comunista”.

Uma figura tímida, praticamente desconhecida, que não estava no programa, e que também recitou poemas. Tratava-se do Joaquim Pessoa.

O convívio acabou no bar da “Guilherme Cossoul” e não pode esquecer essa força da natureza que era Ary dos Santos. Acompanhava lulas recheadas com “gin-tonic” e pelo meio recitava poemas e contava histórias deliciosas.

Tempo, agora, para uma chapelada a esse extraordinário Vilas, outra força da natureza, que nos deixou em 1999, um companheiro bem-humorado, com uma cultura musical, simplesmente de arrasar.

Não tem qualquer tipo de dúvidas em afirmar que a História do Jazz em Portugal está balizada com um “antes de Villas-Boas”e um “depois de Villas-Boas”. »

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