Aquando da morte de Joaquim Pessoa, em buscas na net, encontrei no blogue «Ié-Ié» esta curiosa história que, aparentemente, deverá marcar o aparecimento público de Joaquim Pessoa:
«O Trio Araripa, de que falou no post do Paulo
de Carvalho, fez-lhe recordar
uma velha história.
No século passado, fez parte de uma lista candidata à Direcção do Sindicato dos
Trabalhadores de Terra da Marinha Mercante, Aeronavegação e Pesca.
Escolhido para Presidente da Mesa da Assembleia Geral encontrava-se Luiz
Villas-Boas que entendeu que se deveria encerrar a campanha eleitoral com um
convívio musical.
Ele trataria de tudo.
Numa tarde de domingo conseguiu juntar na “Guilherme Cossoul”, José Carlos Ary
dos Santos, Carlos Paredes, Fernando Tordo e o Trio Araripa.
Segundo Villas-Boas, o Trio Araripa fazia ali a sua estreia e era constituído
por José Eduardo, Emílio e João. Navegavam, principalmente, na área jazzistica.
Ary dos Santos, pela primeira vez, recitaria, “Bandeira Comunista”.
Uma figura tímida, praticamente desconhecida, que não estava no programa, e que
também recitou poemas. Tratava-se do Joaquim Pessoa.
O convívio acabou no bar da “Guilherme Cossoul” e não pode esquecer essa força
da natureza que era Ary dos Santos. Acompanhava lulas recheadas com “gin-tonic”
e pelo meio recitava poemas e contava histórias deliciosas.
Tempo, agora, para uma chapelada a esse extraordinário Vilas, outra força da
natureza, que nos deixou em 1999, um companheiro bem-humorado, com uma cultura
musical, simplesmente de arrasar.
Não tem qualquer tipo de dúvidas em afirmar que a História do Jazz em Portugal
está balizada com um “antes de Villas-Boas”e um “depois de Villas-Boas”. »
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