Não era um pitbull, ou um rottweiler, mas era um cão grande.
Ao ver a miudita a correr pelo jardim, também quis brincar e atirou-a ao chão. A mãe da criança insurgiu-se e gritou à mulher-dona-do-cão, que deveria andar com o cão pela trela.
A dona do cão, uma tia-enfiada-numas-calças-de-ganga-mais-que-justas-e-umas-botas-de-montar, rematou em histeria que se a criança não andasse a correr no jardim já o cão não lhe saltava às pernas.
No silêncio do Jardim da Paiva Couceiro, com os velhos em fundo a jogar à sueca, concluí de mim para mim, que o fundamentalismo dos donos de animais começa a atingir níveis próximos duma paranóia de outro mundo.
Já tenho de fazer gincanas nos passeios da rua onde vivo para não pisar merda de cão dejectada sem que os donos dos cãezinhos tratem de a apanhar para um saquinho de plástico, tal como mandam os regulamentos camarários, a civilidade, o respeito pelos outros.
Fico agora a saber que as crianças não podem correr nos jardins porque enervam os cães e os põem em alvoroço.
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