O meu pai gostava de música clássica e de Beethoven em particular
Esta é a capa da “Eroica” pela Orquestra Filarmónica de Berlim dirigida por Herbert Von Karajan.
Na biografia de Beethoven, escrita por Jean e Brigitte Massin, pode ler-se o depoimento de Ries sobre a 3ª Sinfonia, a “Eróica”.
“Nesta sinfonia Beethoven tinha escolhido por assunto Bonaparte,, quando este ainda era primeiro-cônsul. Até então Beethoven considerava-o um caso extraordinário e equiparav-ao aos maiores cônsules romanos.
Eu próprio, bem como outros amigos íntimos de Beethoven, vimos na sua mesa de trabalho a partitura manuscrita da sinfonia; ao alto, na folha do título, estava escrito o nome “Buonaparte, e no extremo inferior: “Luigi van Beethoven, sem mais qualquer palavra. Certamente esta lacuna devia ser preenchida; mas como? Ignoro-o por completo.
Quem primeiro deu a Beethoven a notícia de que Bonaparte se fizera proclamar imperador fui eu. A sua reacção foi enfurecer-se e exclamar: “Afinal, não passa de um homem vulgar! Agora vai espezinhar todos os direitos humanos e obedecer apenas à sua ambição; há-de querer elevar-se acima de tudo e de todos; tornar-se-á um tirano!” Avançou para a mesa, arrancou a folha do título, rasgou-a de alto a baixo e atirou-a para o chão. A primeira página foi reescrita e a sinfonia recebeu então, pela primeira vez o seu título: "Sinfonia Eróica".
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