«The Kid» chegou a Vila velha com o título de «O
Garoto de Charlot»
Se o Cinematógrafo Ideal e o diligente Jerónimo
Fonseca haviam registado êxitos históricos – desde a já citada «Viagem à Lua» e
de «Os Crimes de Diogo Alves», aos burlescos de Mack Sennett e às primeiras
cowboiadas de Tom Mix – a entrada em cena de Charlie Chaplin e Jackie Coogan
conquistou para o cinema-espectáculo a Vila Velha de todas as classes e idades.
Tendo rido facilmente com os primeiros gags daquele sujeito de bigodinho, coco, bengala e pé de lado, a
Vila nunca imaginara que ele a fizesse chorara. E, sendo as lágrimas um dos
sais da vida, vila Velha verteu-as com gosto e abundância, aplaudindo
calorosamente a obstinação e bravura daquele pai a salvar o filhinho do asilo.
Meninas e mulheres feitas fungaram e ensoparam os lenços e a muitos homens de
barba dura se molharam os olhos e se oprimiu o peito.
Na noite seguinte, O Pedro Neves chamou a atenção,
durante a aula de leitura da Philarmónica, para o facto de o filme demonstrar
bem a miséria que ia pela América, as desigualdades que lá se viviam, e, de um
modo geral, a crueldade da sociedade capitalista.
Álvaro Guerra em
Café República
3 comentários:
É uma vergonha, Sammy.
Quase todos os políticos se fingem de "mortos", há pelo menos décadas. Só não percebo o porquê, não é um daqueles temas que lhes possa trazer "milhões" para os bolsos.
Os seus defensores tiveram o cuidado de que o novo acordo começasse a ser ensinado nas escolas (com os respectivos manuais), para depois terem a desculpa de que os "meninos já aprenderam assim... e agora já não se pode mudar."
(comentei no texto errado. Falo do acordo ortográfico...)
Não há problema, por aqui, todos os caminhos vão dar onde queremos.
Já não devia acontecer, mas espanto-me como foi possível um disparate deste calibre. De como há gente das faculdades, editores e escritores, gente que me habituei a respeitar, que sejam seus defensores.
Há no disparate coisas abomináveis.
E a história dos manuais e das criancinhas, que o Luís refere, é a chantagem, que nos lançam e em que nos querem pôr a pensar. Ridículos!...
Brinquem às políticas, ao que quiserem, mas deixem em sossego a língua portuguesa.
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