Ainda não fui à
Feira do Livro.
Está um calor de
ananases, como diria o Eça, e as pernas já não são tão ligeiras.
Quando não
existiam as tecnologias, que hoje permitem saber quais os livros do dia que as
editoras colocam nos escaparates, passava todos os dias por lá, ou quase todos
os dias, em busca dos descontos do livro do dia. Era uma cavalgada que permitia
a economia de alguns trocos para outros livros, e havia sempre o perfume dos
jacarandás.
Por mim, a Feira
nos últimos anos, é mais para vasculhar no stand de descontos de fins de
catálogo da Relógio d’Água – já foram melhores, já foram melhores… - e um outro
alfarrabista – atenção à Casa Frenesi! -
na eventualidade de um milagre que permita encontrar livros que há muito
procuro.
E antes da morte
de Vitor Silva Tavares, era o ficar ali, no pavilhão da &etc, a conversar
com um maravilhoso contador de histórias, possuidor de uma cultura vastíssima,
uma experiência de vida que é uma epopeia.
Desde a sua
morte, tiro uma fotografia ao pavilhão e fico a olhar memórias.
Isto de palavras
não é saber se o vento as leva, é encontrá-las para valerem no momento em que
são necessárias. E nunca as encontro.
Legenda:
pavilhão de &etc. na feira do ano passado que, penso, não a cheguei a
colocar por aqui.
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