Passou a ser uma
pastelaria-a-armar-ao-fino-ao-pingarelho.
Passados uns
meses, faliu.
Agora é uma loja
de trapos também a armar-ao-fino-ao-pingarelho.
A fotografia tem
alguns meses.
Ainda será loja
de trapos?
Abençoada
especulação imobiliária.
Assim se dá cabo
de uma cidade.
3 comentários:
Será muito mais coisas, Sammy.
E no nosso imaginário continuará a ser uma livraria, mas sem livros...
Livros? Mas isso dá dinheiro? Quem quer livros são os sonhadores como eu e meia dúzia igual a mim (estarão os poucos que restam em vias de extinção?) Apesar de tudo e de todos eu confio na inteligência.
Para mim será sempre uma livraria.
Foi na Livraria Portugal que, acabado de sair, folheei «Os Poemas Possíveis» de José Saramago, autor de que não tinha qualquer referência mas gostei do que olhei e comprei-o. A lápis ainda se consegue ver a indicação do preço que o livreiro lhe colocou: 40 escudos!
A felicidade é possível, dizia o Saint-Just. E tendo lido Saramago de fio a pavio, ainda hoje, quando o releio, encontro algo de novo. Outros olhares, outros sentir. Lêem-se os livros de tantas e variadas maneiras. Consoante os dias, os humores, os tempos, sei lá mais o quê.
Felizmente.
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