O Principezinho
Antoine de
Saint-Exupéry
Tradução:
Alice Gomes
Capa:
aguarelas do autor
Editorial
Aster, Lisboa, s/d
E as rosas
ficaram bastante aborrecidas.
- Vós sois
belas, mas vazias, disse-lhes mais. Ninguém vai morrer por vós. É certo que,
quanto à minha rosa, qualquer vulgar transeunte julgará que ela se vos
assemelha. Mas, sozinha, ela vale mais do que vós todas juntas, porque foi ela
que eu reguei. Porque foi ela que pus numa redoma. Porque foi ela que abriguei
com um biombo. Porque foi por causa dela que matei as lagartas (excepto duas
ou três para as borboletas). Porque foi ela e só ela que ouvi
lamentar-se ou gabar-se, ou mesmo, por vezes, calar-se. Porque é a minha rosa.
E voltando
para junto da raposa:
- Adeus,
disse ele.
- Adeus,
disse a raposa. Vou dizer-te o meu segredo. É muito simples: só se vê bem
com o coração. O essencial é invisível para os olhos.
- O
essencial é invisível para os olhos, repetiu o principezinho, a fim de se
recordar.
-Foi o
tempo que perdeste com a tua rosa que tornou a tua rosa tão importante.
- Foi o
tempo que perdi com a minha rosa...repetiu o principezinho, a fim de se
recordar.
- Os
homens esqueceram esta verdade. Mas tu não deves esquecê-la. Ficas para sempre
responsável por aquele que cativaste. És responsável pela tua rosa.
- Sou
responsável pela minha rosa, repetiu o principezinho, a fim de se recordar.
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