Forrest Gump
Winston
Groom
Tradução:
Nuno Castro
Colecção: Os
Livros do Cinema
Diário de
Notícias, Lisboa s/d
Deixem-me
dizer-lhes uma coisa: ser um idiota não é nenhuma caixa de bombons. As pessoas
riem-se, perdem a paciência, tratam-nos mal. Ora bem, costuma-se dizer que as
pessoas devem ser simpáticas com os afligidos, mas deixem-me dizer-lhes - nem
sempre são assim as coisas. Mesmo assim não tenho razão de queixa, porque acho
que acabei por ter uma vida bastante interessante, por assim dizer.
Sou um
idiota desde que nasci. O meu Q.I. anda pelos 70, o que me faz um, segundo
dizem as pessoas. No entanto, é provável que seja mais perto de ser um imbecil,
ou mesmo um cretino, embora eu pessoalmente prefira ver-me como um mentecapto,
ou qualquer coisa assim - e não um idiota -porque quando as pessoas pensam em
idiotas, o mais certo é que pensem num desses mongólicos - esses com os olhos
muito perto um do outro que parecem chineses, que se babam e que estão sempre a
tocar-se.
É verdade
que sou lento – isso admito, mas provavelmente sou muito mais esperto do que as
pessoas pensam, porque o que passa pela minha cabeça é um bocado diferente
daquilo que vêem as pessoas. Por exemplo, eu posso pensar bastante bem as
coisas, mas quanto tento dizê-las ou escrevê-las, parece que saem como gelatina
ou qualquer coisa assim.
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