Terra e noite,
as mãos escavam.
Insistem e desfazem-se
numa fronte ausente.
Na cabeça subsistem
algumas palavras inúteis.
A mão devagar traça
- vai traçar -
uma rede de sinais de que dependo.
A luz descobre o corpo.
Algumas palavras a mais desaparecem.
Neste instante
a pedra é nua.
as mãos escavam.
Insistem e desfazem-se
numa fronte ausente.
Na cabeça subsistem
algumas palavras inúteis.
A mão devagar traça
- vai traçar -
uma rede de sinais de que dependo.
A luz descobre o corpo.
Algumas palavras a mais desaparecem.
Neste instante
a pedra é nua.
António
Ramos Rosa em Respirar a Sombra Viva
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