terça-feira, 20 de setembro de 2016

COISAS EXTINTAS OU EM VIAS DE...


Falei da minha ida ao estaminé do Potes na Feira da Ladra, onde comprei LPs do Elvis ao preço da uva mijona, falei de que para além disso ele me ofereceu uns exemplares da Colecção Cinema dos tempos da minha adolescência, mas não coloquei esses exemplares.

Estão aqui:

Balada Sangrenta, filme de Michael Curtiz, com o Elvis e Sangue Toureiro, filme de Augusto Fraga, com Amália Rodrigues e o toureiro Diamantino Viseu

Através destes livrecos, que custavam 1$50, e saíam às quintas-feiras, eu «vi» todos os filmes que não podia ver nas salas de cinema.

Mas quinze tostões já era uma exorbitância, e então alugava-os, por dois tostões, a velhote que, num vão de escada da Almirante Reis, com estes e outros alugueres, para além da venda de livros em 2ª mão, completava a reforma de miséria.

Levava de casa uma marmita com o almoço e ali passou o resto dos dias da sua vida.

Uma simpatia de velhote, levava de casa marmita com o almoço, e ali passou o resto dos dias da sua pouco feliz vida.

 Lamentavelmente, não consigo lembrar o nome.

A novelização de Balada Sangrenta foi feita por Vasco Santos e termina assim:

A vida seguiu o seu curso. Danny Fisher voltou a entusiasmar os frequentadores do «King Creole» - entre os quais teve a satisfação de ver o reconciliado progenitor… Tornou também a ver a doce Nellie. A essa pediu-lhe para esperar… Ela compreensiva, anuiu. Esperaria o tempo que fosse preciso para cicatrizar a ferida que a trágica morte de Ronnie deixara na alma sensível do seu namorado…
E quem escutava aquele rapaz, que parecia transpirar ritmo por todos os poros – ora dolente ou vibrante, profundo ou superficial, cómico ou sentimental – não podia adivinhar que ele interpretava o ritmo da própria vida, e que, por isso, havia baladas sangrentas no seu reportório…

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