sexta-feira, 27 de maio de 2011

PORREIRO PÁ!!



Até ao dia 5 de Maio, foram formalizadas acusações contra 66 pessoas e entidades, dos quais 32 executivos de topo, incluindo presidentes executivos e administradores financeiros, de acordo com os dados disponibilizados pela entidade que regula os mercados financeiros nos Estados Unidos.

"A crise foi o resultado da acção e inação humana, não da mãe natureza ou de modelos disfuncionais", esta foi apenas uma das conclusões da investigação dos EUA à maior crise financeira desde a Grande Depressão.

Bancos, reguladores, Governo, agências de 'rating' estão entre aqueles que são apontados como os que mais contribuíram, potenciaram ou mesmo provocaram uma crise que, antes de mais, "era evitável", conclui o relatório.

A Islândia e a Irlanda já terminaram investigações à crise financeira, semelhantes à dos Estados Unidos, a Comissão Europeia abriu vários inquéritos, e o Reino Unido decidiu investigar as respostas à crise da própria Comissão Europeia.

Desde o eclodir da crise financeira nos Estados Unidos, mais visível na segunda metade de 2008, a Islândia ficou à beira da bancarrota e Grécia, Irlanda e Portugal tiveram de pedir apoio financeiro a Bruxelas e ao Fundo Monetário Internacional.

O membro do Banco Central da Islândia Gylfi Zoega defendeu que Portugal deve investigar quem está na origem do elevado endividamento do Estado e bancos, e porque o fez.

"Temos de ir aos incentivos. Quem ganhou com isto? No meu país eu sei quem puxou os cordelinhos, porque o fizeram e o que fizeram, e Portugal precisa de fazer o mesmo. De analisar porque alguém teve esse incentivo, no Governo e nos bancos, para pedirem tanto emprestado e como se pode solucionar esse problema no futuro.”

A eurodeputada socialista Elisa Ferreira diz não encontrar qualquer vantagem na realização de uma auditoria à dívida pública portuguesa, considerando que mais vale concentrar energias noutras direcções do que em "revisitar o que já está revisitado".

O eurodeputado social-democrata José Manuel Fernandes defendeu que o responsável pelo "descalabro das contas públicas" está identificado, considerando que uma auditoria para apurar quem esteve na origem do endividamento estatal seria apenas uma "caça às bruxas".

"Essa auditoria para mim está feita. Todos sabemos que o responsável pelo descalabro das contas públicas foi o Governo do engenheiro Sócrates",

O eurodeputado Diogo Feio defende que as responsabilidades da crise financeira em Portugal devem ser determinadas nas urnas, rejeitando a necessidade de instaurar uma
investigação para saber quem está na origem do endividamento do Estado e dos bancos.

A eurodeputada Ilda Figueiredo defendeu que uma investigação para apurar quem esteve na origem do elevado endividamento do Estado e bancos só serve para encontrar "bodes expiatórios" de uma situação causada por governos, Comissão Europeia e Conselho Europeu.
"Os responsáveis pela crise vivida em Portugal são o Conselho, a Comissão a Comissão e o Governo português

O Bloco de Esquerda defende a realização de uma auditoria urgente à dívida pública como forma de aferir a responsabilidade pela situação do país e como primeiro passo para a renegociação com os credores.
Miguel Portas considerou que "a realização de uma auditoria é a medida mais urgente que o país tem para enfrentar o problema da dívida pública".

O empresário Belmiro de Azevedo afirmou que "alguém foi responsável por todos os portugueses estarem 30% a 40% mais pobres neste período mais recente", considerando que "tem que haver culpados".
 
Fonte “Diário de Notícias”

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