Até ao dia 5 de Maio, foram formalizadas acusações contra 66
pessoas e entidades, dos quais 32 executivos de topo, incluindo presidentes
executivos e administradores financeiros, de acordo com os dados
disponibilizados pela entidade que regula os mercados financeiros nos Estados
Unidos.
"A crise foi o
resultado da acção e inação humana, não da mãe natureza ou de modelos
disfuncionais", esta foi apenas uma das conclusões da investigação dos
EUA à maior crise financeira desde a Grande Depressão.
Bancos, reguladores, Governo, agências de 'rating' estão
entre aqueles que são apontados como os que mais contribuíram, potenciaram ou
mesmo provocaram uma crise que, antes de mais, "era evitável",
conclui o relatório.
Desde o eclodir da crise financeira nos Estados Unidos, mais
visível na segunda metade de 2008, a Islândia ficou à beira da bancarrota e
Grécia, Irlanda e Portugal tiveram de pedir apoio financeiro a Bruxelas e ao
Fundo Monetário Internacional.
O membro do Banco Central da Islândia Gylfi Zoega defendeu
que Portugal deve investigar quem está na origem do elevado endividamento do
Estado e bancos, e porque o fez.
"Temos de ir aos
incentivos. Quem ganhou com isto? No meu país eu sei quem puxou os cordelinhos,
porque o fizeram e o que fizeram, e Portugal precisa de fazer o mesmo. De
analisar porque alguém teve esse incentivo, no Governo e nos bancos, para
pedirem tanto emprestado e como se pode solucionar esse problema no futuro.”
A eurodeputada socialista Elisa Ferreira diz não encontrar
qualquer vantagem na realização de uma auditoria à dívida pública portuguesa,
considerando que mais vale concentrar energias noutras direcções do que em "revisitar o que já está
revisitado".
O eurodeputado social-democrata José Manuel Fernandes
defendeu que o responsável pelo "descalabro
das contas públicas" está identificado, considerando que uma auditoria
para apurar quem esteve na origem do endividamento estatal seria apenas uma "caça às bruxas".
"Essa auditoria
para mim está feita. Todos sabemos que o responsável pelo descalabro das contas
públicas foi o Governo do engenheiro Sócrates",
O eurodeputado Diogo Feio defende que as responsabilidades
da crise financeira em Portugal devem ser determinadas nas urnas, rejeitando a
necessidade de instaurar uma
investigação para saber quem está na origem do endividamento
do Estado e dos bancos.
A eurodeputada Ilda Figueiredo defendeu que uma investigação
para apurar quem esteve na origem do elevado endividamento do Estado e bancos
só serve para encontrar "bodes
expiatórios" de uma situação causada por governos, Comissão Europeia e
Conselho Europeu.
"Os responsáveis pela crise vivida em Portugal são o
Conselho, a Comissão a Comissão e o Governo português
O Bloco de Esquerda defende a realização de uma auditoria
urgente à dívida pública como forma de aferir a responsabilidade pela situação
do país e como primeiro passo para a renegociação com os credores.
Miguel Portas considerou que "a realização de uma auditoria é a medida mais urgente que o país
tem para enfrentar o problema da dívida pública".
O empresário Belmiro de Azevedo afirmou que "alguém foi responsável por todos os
portugueses estarem 30% a 40% mais pobres neste período mais recente",
considerando que "tem que haver
culpados".
Fonte “Diário de
Notícias”
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