terça-feira, 31 de maio de 2011

POSTAIS SEM SELO


Adormecer sobre a profusão dos girassóis, pensando nos flancos menos expostos de outro corpo. Várias foram as negligências do olhar, bem pouco curioso para outra coisa que não fosse a nudez da terra, às vezes muito jovem, outras, fatigada. O desejo, só o desejo impede a perversão da alegria. E destas sílabas.

Eugénio de Andrade em “A Memória Doutro Rio”, Limiar Editora, Abril 1978

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