Foi possível chegar a isto.
Os portugueses andam há três décadas, mais coisa menos coisa, a votar em partidos e nos respectivos programas
Invariavelmente, PS e PSD têm alternado esse poder.
Nenhum pôs em execução o que prometeu ao eleitorado mas osportugueses demitiram-se do papel, que lhes cabe, de fiscalizarem os governos.
Como facto há muito anunciado, a rapaziada do FMI & Cª Lda, entrou porta dentro e impôs um programa de governo que, o ex-ministro das finanças, diz ser um programa não portador de boas notícias e o banqueiro Frederico Ulrich considera uma história com final feliz.
Acontece que, ao contrário dos portugueses, o FMI & Cª Lda, de três em três meses, preocupar-se-á em saber se o governo de Portugal, dada a nossa fama de não cumpridores do que quer que seja, está a seguir à risca com o que foi, agora, acordado.
Dessa humilhante situação, depende se a torneira do guito continua aberta ou se é para fechar.
Soube-se que, que dos 78 mil milhões que nos vão emprestar, ainda não se sabe a que juro, 12 milhões vão parar, pelos brilhantes serviços prestados ao país, à banca.
Lendo, em diagonal, o programa, e colocando de lado, no intervalo da bola, a diatribe de José Sócrates, sabe-se que são impostas mudanças nas leis laborais, que facilitarão os despedimentos, diminuirão o tempo e valor do subsídio de desemprego e em que as indemnizações por despedimento serão amplamente reduzidas.
Por isso, e algo mais, em 2013, Portugal terá uma taxa de 13% de desemprego.
Mais se ficou a saber que a habitação será mais cara, a electricidade, o preço dos transportes, outros bens de primeira necessidade,também, que os impostos vão subir e as pensões e os ordenados serão congelados. Acresce um naipe de privatizações, mas apenas das empresas que são viáveis e que dão lucros.
Assim sendo, o que resta do ano 2011, vai ser muito mau. 2012 será péssimo e em 2013 saberemos se conseguimos sobreviver à “ajuda” que nos prestaram.
Com um certo ar beato, o editorial de hoje do “Diário de Notícias” lançava o lembrete:
“Ao eleitorado caberá decidir a quem quer confiar a condução de tão difícil e exigente tarefa.”
Amanhã, ao bater das oito da noite, Sua Excelência o Presidente da República professor Aníbal Cavaco Silva falará à nação.
Legenda: fotografia de Eduardo Gageiro
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