Fialho d’Almeida, no seu livro de crónicas “Saibam Quantos…” datado de 1910,
deixava escrito:
“Povo? Não há povo.
A turba acéfala, alternadamente feroz e sentimental (tarada em todo o caso), que em Portugal faz as vezes de povo, é uma força de inércia sem a menor consciência de si própria, e que no estado de bestialidade africana em que jaz, tão cedo pode ter papel na marcha do país, restando-lhe continuar a ser explorada por caciques, ou levada para o mal por papagaios de comício, no sentido das suas taras homicidas.”
D. Ermelinda Pinto, quando a criada um dia lhe perguntou, se tinha votado bem, não se conteve e disse:
Albertina: os ricos votam sempre bem, os pobres é que se enganam!
Prova provada de que os ricos são coerentes com as ideias, chamemos-lhe ideias, que têm, o que não acontece com os outros.
Olhando lá para trás, a crer no que nos contam, convém não esquecer que Pilatos teve o cuidado de perguntar primeiro ao povo por quem optava: se por Cristo, se por Barrabás.
O pormenor não está em ele ter lavado as mãos. O mais importante foi o povo ter escolhido mal.
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