Acabou há instantes
Chamaram-lhe o debate decisivo.
De quê?
O tal povo soberano, o que vai decidir, se acaso assistiu, percebeu alguma coisa?
Falaram-lhe do que esperava mesmo ouvir?
Não.
Nota-se o desconforto, o deixa andar, que se lixe, o assomo do sentimento de uma certa impotência.
A pré-campanha acabou, no domingo começará a campanha eleitoral.
Mais do mesmo.
Eleições para quê?
Recordo-me, em tempos de ditadura, daquela amarga frase de Miguel Torga:
“Que povo este!
Fazem-lhe tudo, tiram-lhe tudo, negam-lhe tudo e continua a ajoelhar-se quando passa a procissão”.
É isso: o povo soberano não vai decidir nada.
Porque não o ensinaram.
Porque não quis aprender.
“Se alguém se engana
com seu ar sisudo
e lhes franqueia
as portas à chegada
eles comem tudo
eles comem tudo
eles comem tudo”
Sem comentários:
Enviar um comentário